terça-feira, 9 de abril de 2013

O tomate não tem preço

O tomate é contribuição da América pré-colombiana. A palavra vem do náuatle (idioma dos astecas) xitomatl, que significava "tomatl grande, inchado". Xitomatl e tomatl, na verdade, eram dois frutos diferentes. O segundo era pequeno e verde, e o primeiro, maior e de cor vermelha. Mas ambos entravam na categoria de tomatl ("fruta suculenta"), que incluía outros frutos.

Quando por aqui chegaram, no século XVI, os espanhóis chamaram os dois tipos com a mesma palavra tomate, difundindo o termo e o alimento pelo mundo afora. No início, porém, os europeus usavam o tomate mais para ornamentar seus jardins do que para incrementar seus pratos. Havia também botânicos e médicos que investigavam suas propriedades curativas.

Nos países de fala inglesa, a resistência ao tomate como item da culinária foi ainda maior. Até o século XIX dizia-se, nos Estados Unidos, que era venenoso. Talvez a prática de jogar tomates em artistas como forma de reprovação tenha nascido dessa crença equivocada. 

Devemos à Itália a redescoberta do tomate como alimento, novas formas de cultivá-lo, condicioná-lo, e seu retorno à América, quando grande número de imigrantes italianos veio para cá a partir do final do século XIX. Mas já o tomate ganhara entre eles outro nome, pomodoro, proveniente da expressão pomo d'amore, isto é, "fruta do amor", em virtude de supostas qualidades afrodisíacas.