quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Caras e caretas

Alguns jornais e portais deram destaque, hoje, ao filho do senador Jader Barbalho. O menino Daniel, de 9 anos, estava na posse do ilustre político, que depois de ter enfrentado a Lei da Ficha Limpa, foi agora reconduzido à cena com 1,7 milhão de votos.

Mas quem roubou a cena mesmo foi o filho, cujas caretas estão nas primeiras páginas, por exemplo, do O Estado de S.Paulo e da Folha de S.Paulo.

A palavra "careta" é uma "cara" especial. No grego, kára significava "cabeça" ou "cimo" (de árvore ou montanha). Especula-se que a palavra "crânio" ("parte superior, protegendo o encéfalo"), que nos chegou pelo latim medieval *cranium, está relacionada com a mesma palavra grega kára.

Com o tempo, o sentido concentrou-se na parte anterior, na face, de animais e homens, e ao mesmo tempo assumiu todo o indivíduo — falamos daquele cara (uma pessoa indeterminada), ou elogiamos alguém e o destacamos da multidão dizendo que ele é "o cara"!

Ao acrescentar o sufixo -eta à "cara", não pensamos que é uma cara pequena, como em "faceta", mas que é uma cara expandida. O sufixo acaba significando o contrário do habitual — "estatueta" ("estátua de pequenas dimensões"), "banqueta" ("pequeno banco") etc.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

De onde vem a massagem?

A massagem vem do Oriente (China, Índia, Arábia, Egito...), e a palavra chegou até nós pela França. No século XIX, começou a circular a palavra "massage", como fruto da expedição científica e militar ao Egito (entre 1798 e 1801), organizada por Napoleão Bonaparte. A inspiração, segundo alguns etimologistas, vem do verbo árabe mass ("tocar com suavidade"). Outros pesquisadores mencionam o verbo arábico mássah ("friccionar").

Outra possibilidade é que a mesma palavra francesa tenha surgido do português "amassar", com esse sentido de massagear, mas agora com base nas experiências dos portugueses na Índia. A palavra remetendo ao latim massare ("apalpar"), e, mais longinquamente, ao radical indo-europeu *-mag ("comprimir com as mãos").

Contudo, há ainda uma terceira possibilidade etimológica. O francês massage teria vindo do antigo francês masse ("clava"), derivado por sua vez do latim vulgar *mattea, indicando o cabo de enxada. Neste caso, o movimento massageador guardaria alguma semelhança com o modo de mexer e cutucar a terra.